Solta esse ódio corrosivo
Que te faz covarde
Esse fogo desmorona
As ruínas da sua emoção
Deixam marcas pela pele
Que te levam a insanidade
De tragédias que se contaminam
Pela multidão
Queima toda raiva
Escondida que te faz cansar
As chamas vivas dilaceram
Todo seu pesar
Mas não deixe acumular
As cinzas dentro dos pulmões
Esse incêndio só termina
Quando morrem as decepções
Solta, solta, solta
Veja o Sol arder
Ele vai te curar
Ele vai devolver suas armas
Quando amanhecer
O pior vai passar
Tudo vai escorrer nas águas
Abre esse corpo reprimido que não é você
Deixa escapar as feras da sua prisão
De longe um horizonte livre vai transparecer
Levando pesadelos esquecidos na solidão
Acende a fogueira indomável da sua agonia
As dores obscuras livres viram fantasias
O calor é certeiro
Aquece por inteiro até se transmutar
É o fogo de si queimando o que deve mudar
Solta, solta, solta
Solta, solta, solta